Biofármacos são medicamentos obtidos a partir da utilização de células geneticamente modificadas para a produção de proteínas terapêuticas. A indústria biofarmacêutica teve seu crescimento iniciado na década de 1980 e Escherichia coli teve um papel muito importante nisso como a bactéria mais utilizada até hoje. A modificação genética, resumidamente, envolve a inserção de um plasmídeo (pequena molécula de DNA extra-cromossômica) que possui o gene da proteína que se quer expressar. Um exemplo típico é a insulina usada para fins terapêuticos em pacientes diabéticos.
Inicialmente, a partir dos anos 1920, a insulina para uso em pacientes diabéticos era purificada a partir de pâncreas bovino e suíno, e tal uso apresentava riscos potenciais pelas possíveis reações imunes a antígenos heterólogos presentes. Este risco, associado à crescente demanda advinda do aumento de pacientes diabéticos e ao desenvolvimento de técnicas de clonagem genética, levou a produção de insulina como biofármaco, em escalas industriais.
Diversos outros biofármacos vem sendo investigados e/ou produzidos, tanto aqueles considerados biossimilares por terem uma base de produção biológica prévia, como biológicos inovadores, desenvolvidos a partir do reconhecimento de alvos potenciais para o tratamento das mais diversas doenças como neoplasias e doenças autoimunes.
Exemplos de outros biofármacos produzidos por via biotecnológica:
- Enzimas: agentes trombolíticos, digestivos, etc.
- Fatores sanguíneos: tratamento de hemofilia
- Anticorpos monoclonais: tratamento de diferentes tipos de câncer
Fontes:
- E. coli strain engineering for the production of advanced biopharmaceutical products – doi: 10.1093/femsle/fny162
- Cell factories for insulin production – doi: 10.1186/s12934-014-0141-0
- http://www2.far.fiocruz.br/farmanguinhos/images/stories/leda_castilho.pdf.pdf