Pesquisadores das Faculdades de Engenharia, Agricultura e Medicina da Universidade Estadual de Penn, Filadélfia, afirmam que o tratamento com plasma (estado físico da matéria, similar ao gás) de baixa temperatura é eficaz contra bactérias encontradas em meios líquidos.
Normalmente o plasma é muito quente, mas este grupo de pesquisadores conseguiu gerar plasma em baixa temperatura e à pressão atmosférica em meio líquido, gerando espécies reativas de oxigênio (EROs) que possuem efeito antibacteriano sem queimar nada. Os efeitos foram significativos tanto em bactérias Gram-negativas como Escherichia coli quanto em Gram-positivas como Staphylococcus aureus.
Talvez o mais interessante do método aqui descrito é a dificuldade das bactérias em adquirir resistência a ele. Antibióticos têm como objetivo impedir o crescimento celular, afetando seu metabolismo, proteínas essenciais ou material genético da bactéria, e, por isso, eles devem entrar na bactéria para atingir o alvo específico. Porém, mutações bacterianas podem reduzir a entrada deste antibiótico ou aumentar a sua excreção.
Como a concentração de EROs gerada pela técnica é alta o suficiente para matar bactérias, e ao mesmo tempo baixa o suficiente para não causar impactos negativos em células humanas, o próximo passo do grupo é gerar este plasma diretamente no sangue, com o objetivo de eliminar infecções cardiovasculares. No momento, o maior desafio é encontrar um material que não coagule o sangue, seja flexível e claro, e ainda condutor de eletricidade.
Fontes:
- https://www.news-medical.net/news/20200509/Research-reinforces-the-idea-of-embracing-nonantibiotic-approaches-to-treat-bacterial-infections.aspx
- Nicol, M.J., et al. (2020) Antibacterial effects of low-temperature plasma generated by atmospheric-pressure plasma jet are mediated by reactive oxygen species. Scientific Reports. doi.org/10.1038/s41598-020-59652-6